Você já pensou: “Ah, nem ligo mais pra sexo” ou “Essa fase já passou pra mim”? Pois saiba: você não está sozinha. De verdade. Cerca de 30% a 55% das mulheres em relacionamentos longos dizem ter perdido o desejo sexual. E não são só as mulheres, viu? De 1% a 28% dos homens também relatam que não têm mais interesse.
A grande questão é: quando um dos dois desanima, o casal muitas vezes acaba escorregando para uma relação sem sexo (ou com sexo quase nulo). Às vezes, rola um acordo mútuo e tudo bem, ninguém sente falta. Mas quando é só um dos dois que desliga o botão do desejo, o risco é real — e vai além da cama.

O maior perigo? A intimidade como um todo começa a murchar, e o toque carinhoso — mesmo o não sexual — vai sumindo junto.
E o pior: deixar a vida sexual morrer pode gerar dois problemas sérios no relacionamento. Aqueles que a gente não gosta de encarar, mas que precisam ser ditos.
1. A insatisfação generalizada
Sabe aquele clichê de que casal feliz transa mais? Pois é… ele é real. Mas o contrário também vale: casais que estão infelizes com o sexo tendem a estar infelizes no relacionamento como um todo.
Como terapeuta sexual já disse por aí (e eu assino embaixo), o sexo é uma parte essencial do que diferencia o relacionamento amoroso dos outros vínculos da nossa vida. É um tipo de intimidade que só existe ali, entre vocês dois. Quando isso morre, perde-se também uma parte do que torna o casal… casal.
2. A chance maior de separação
Ficar meses (ou anos) sem sexo pode gerar ressentimento, afastamento, e silêncios cada vez mais pesados. A conversa sobre sexo vira um campo minado — e essa tensão acaba respingando em outras áreas da vida a dois.

Além disso, o toque afetuoso, aquele carinho despretensioso, também desaparece. Resultado? Uma seca geral de afeto que vai muito além da cama.
Não é drama: pesquisas mostram que casais sexualmente insatisfeitos têm menos chance de continuar juntos a longo prazo.
Antes de desistir de vez: o que você pode fazer?
Se você está nesse ponto (ou sentindo que pode chegar lá), calma. Tem caminhos. Tem jeito. Só precisa de presença, conversa, e disposição para (re)construir a intimidade. Aqui vão quatro passos importantes:
1. Conversem com o coração aberto
Marquem um momento tranquilo. Sem distrações. Olho no olho, peito aberto. Perguntem um ao outro: “O que está acontecendo?”.
Às vezes, o problema não é o sexo em si. Pode ser estresse, mágoa acumulada, dor física, baixa autoestima… O importante é olhar para a raiz e não só para o sintoma.
2. Planejem seus próprios “encontros secretos”
Se a questão for falta de vontade ou de desejo espontâneo, respira fundo: esperar estar super animada para transar é uma armadilha.
Em vez disso, combinem uma frequência confortável e criem rituais — aqueles momentos só de vocês, com tempo, cuidado e toque consciente. Não precisa ser sempre explosivo. Às vezes, o prazer vem no caminho, não no ponto de partida.
3. Busquem livros escritos por especialistas de verdade
Existem livros incríveis que ajudam a entender o que está por trás do apagão sexual — seja ansiedade, rotina ou dificuldades específicas.
Alguns nomes lá fora têm estudos que mostram que só a leitura já melhora a vida sexual dos casais. E por aqui, tem muita coisa boa também. O importante é buscar informação com profundidade e carinho.
4. Se precisar, procure uma terapeuta sexual
Se vocês já tentaram conversar e nada anda, ou se o assunto virou um tabu gigante, talvez seja hora de pedir ajuda. Terapia sexual não é só pra “caso perdido” — é pra quem quer reconectar, aprender a se tocar com afeto e reconstruir o desejo.
Às vezes, o que falta não é tesão. É escuta, segurança e vontade de cuidar da relação com mais delicadeza.
Se você chegou até aqui e sentiu aquele apertinho no peito… talvez seja a hora de acender a luz de novo. O desejo não precisa ser como era antes. Mas ele merece ser cuidado. Afinal, sexo não é tudo — mas quando é vivido com afeto e presença, pode ser o tempero que mantém o vínculo vivo.